quarta-feira, 13 de maio de 2015

(Des) Arrumando

Como toda boa mudança tem que ser, comecei com uma faxina. Incensos e disposição. Disposição forçada, diga-se de passagem. Meus olhos ainda estão tristes, mas as lágrimas servem mesmo pra limpar o pára-brisas da alma. 
Faxina sempre me cheirou a passado e saudade. Encontrei coisas lindas feitas por mim no meio dos meus livros empoeirados. Aí eu pensei: "Eu não posso ser tão ruim assim!" Então sentei no chão pra reler meus textos, cartas, rever minhas fotos... E foi gostoso me reencontrar. Li palavras de uma criança precoce, de uma adolescente cheia de sonhos, agora confrontando uma adulta frágil. Onde foi exatamente que eu me perdi? Foi nesse momento que aquela garota que eu amava ser, puxou minha orelha, me chamou pra perto e me fez rir com todas aquelas bobagens de menina. Percebi que está mais do que na hora de viver bobagens de mulher. E no meio de toda essa bagunça generalizada, eu encontrei um lugar pra colocar toda essa culpa e fragilidade que não me pertencem: lixo! Acompanhado com tudo mais que eu não queria.
Perceba que passarinhos só são bonitos mesmo voando livres. E não presos em uma gaiola, por mais confortável que ela seja. Mais bonito ainda é quando eles pousam só porque querem ficar. Porque é colorido o lugar.
Pois bem, eu sofro da "síndrome de passarinho". Quanto mais livre, mais sinto vontade de ficar. Mas quem me lembrou disso foi aquela garota de sorriso largo que no fundo ainda sou.

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