domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sobre cores e escolhas

Quando você é criança, sua mãe e/ou as pessoas com quem você convive lhe dizem o tempo todo como e com quem uma menina deve brincar. Obviamente com meninas, de preferência de bonecas. Aquelas que tem casinha, aventais e panelinhas. Tudo rosa com bolinhas brancas!
Aí você cresce e junto com com você crescem os tópicos da lista do "não fazer". Não vista roupas curtas, não transe na primeira noite, não fale palavrões, não beba, não coma muito, não tome a iniciativa, não flerte e blábláblá...
Mesmo nos dias de hoje, ainda vivemos numa sociedade machista. Sim, eu não disse nenhuma novidade, eu sei. Nós mulheres, ou pelo menos a maioria de nós, fomos criadas pra ser boas esposas, mães e donas de casa. Porque nossas mães, avós e bisavós também foram criadas pra ser mulheres perfeitas. Parece um curso intensivo, cansativo e vicioso de como se comportar em relacionamentos de qualquer tipo. Familiares, sociais, amorosos...
Já os homens (não vou me aprofundar nesse tópico) são criados pra ser garanhões desde a infância e pelas mesmas "mulheres perfeitas". Incentivados a enxergar mulheres como objeto ou cuidadoras e separá-las em grupos de "pra casar" e "pra transar". Nem preciso dizer o quanto essa afirmação é ridícula. Ser sexualmente bem resolvida parece ser a afronta do século.
O fato é que nem toda mulher quer ser mãe, esposa ou dona de casa. As vezes as mulheres só querem ser livres pra ser o que quiserem! O respeito pelos direitos dos outros deve ser mútuo. Eu respeito o seu direito de ir e vir, seja lá com quem você vier. Você respeita o meu direito de ir e vir, não importa com quem eu esteja. Não é tão difícil. É só reciprocidade. Afinal não somos mais crianças. Já conseguimos entender que nem tudo é rosa com bolinhas brancas. As vezes é azul e outras é lilás. Mas quase sempre todas as cores cabem. Assim como todas as escolhas. Respeite-as.