terça-feira, 2 de maio de 2017

Ausência

Esperei por você. Com nó na garganta e boca seca.
Tudo é ausência e eu não te culpo. Deves estar em delírios nos braços de uma outra moça, assim como eu estive outro dia com um outro rapaz. 
Mas assim como sou única pra ti, você é pra mim e, há espaços que só você preenche.
A saudade me invade sorrateira como a noite tomando o dia. E quando vejo, sou noite, escura e fria. 
Não é a solidão que me assusta, não. É a incerteza dos nossos encontros. Solidão é combustível para os poetas. Não me preocupo, não.
Me preocupa o vazio, que depois de ti tornou-se cheio. Se não de ti, da ausência de ti. 
Eu noite, despida de estrelas, digo seu nome baixinho, nos braços de um outro poeta.