quarta-feira, 27 de maio de 2015

Depois de ter aprendido tanto contigo essa noite, passei a sentir tudo com mais intensidade, exatamente como você me ensinou.
A tristeza veio decorrente do meu medo de perdê-lo, mas eu sorri. Senti que estava viva e que ainda haveria tanto pra sentir! Senti o sabor das lágrimas correndo pelos meus lábios que esboçavam sorrisos tímidos. Estava ali, inteira. Ouvindo aquelas músicas que, pretenciosamente posso afirmar, são só nossas. Sentindo o aroma daquela camiseta velha, o sabor das lágrimas molhando minha boca, o tato solitário das minhas mãos e milhares de outras sensações que você me ensinou a degustar.
Encontrei meu espaço tranquilo em meio ao caos. Entre melodias, lágrimas e sorrisos, te resgatei segundo à segundo. Inteira. E grata.






As brigas que tivemos quebraram meus ossos, esmagaram minhas artérias, me deixaram no chão.
De repente você chega me pedindo desculpas, catando meus pedaços, me montando de novo. 
Me refaço e meus olhos vibram, me derreto. 
Não entendo como o que me destrói também me nutri.
Me alimento das cinzas, descubro novos caminhos e tento.
Talvez amar seja isso, renascer.






quinta-feira, 21 de maio de 2015

Por onde você anda, meu amor, que não sente mais minha falta? Me resgata. Eu ando escrevendo doces poesias pra te chamar de meu toda vez que você me escapa. Escreve, grita, chama, manda notícia. Saudade só é boa quando a gente mata todo dia.


quarta-feira, 20 de maio de 2015

Hoje à tarde choveu e fez Sol...

Hoje à tarde choveu e fez sol. Ao mesmo tempo. Assim como tem acontecido dentro de mim. Já é noite e eu não sei exatamente o que eu fiz do meu dia. Tenho que tirar coisas do lugar e pôr em outro lugar, porque estou fazendo uma pequena reforma no meu quarto. E uma pequena reforma dentro de mim também. 
Estou decidida a recomeçar. Radical como sou, nem mesmo a minha cama que carrega tanta história, tanto amor, tanto ódio, tanta despedida e tantas lembranças de tantos amores, nem mesmo essa fonte de lembranças vai restar.
Eu tenho uma necessidade imensa de migrar, de partir. Ir. Desapegar. Instinto de liberdade. Síndrome de passarinho!
Sabe, meu bem, mesmo que eu fuja ao tema, sempre te encontro dentro das minhas palavras. Você que chegou agora, me convidando pra dançar no meio da chuva com sol. Você me rodopiou tanto, que bagunçou minha cabeça! Fiquei tonta com tanta doçura. Agora entendo porque você partiu sem se despedir. Você o fez assim para que a beleza dos nossos encontros constantes a cada minuto não partisse contigo.
Agora entendo, meu bem. Mas digo-lhe com certeza que mesmo que mude os móveis de lugar, ou compre livros novos, você sempre será aquele que permanecerá. Aquele que me conquistava a cada olhar. Aquele que eu conhecia pela primeira vez pelo menos três vezes ao dia! Aquele que entendia exatamente cada palavra que eu escrevia.
Sua doçura me deixou. Agora me resta te deixar.
Estou decidida a recomeçar. E dessa vez, me doar. Ser-me toda! Tempestade e calmaria. Acho que só agora começa minha primavera. No meu tempo atrasado, mas certamente mais bela.



terça-feira, 19 de maio de 2015

Quarta-feira...



Essa lágrima não é por você. É pelo contexto. Pelo todo.
Porque tem sempre alguém indo embora e eu detesto despedidas, assim como eu detesto os domingos. Mas não me cabe escolha! Tem sempre alguém partindo, tem sempre alguém chegando, mas nem sempre alguém fica.
Imagino como deve ser complicado suportar minhas intensidades e meu orgulho assustadoramente imenso. 
Tenho a sensação de que aquele pessoa, blindada, à prova de balas, imune a todas as minhas loucuras, vai me aparecer numa tarde de quarta-feira, num café. 
Talvez dividiremos um cigarro, depois, quem sabe a cama...
Mas tenho essa cisma com as quartas-feiras. Há de ser. Ainda ei de recomeçar, de me reinventar. 
Há de ser numa quarta-feira, meu bem! Há de ser!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Metamorfose ambulante



Tenho a sensação de que quando sinto mais vontade de escrever, é quando pior escrevo. Há uma ansiedade desgastante em traduzir, transpor o que se passa nessa minha cabecinha cheia. Um tanto
inquietante eu diria.
É verdade que a vida não pára quando você está em crise. Seu trabalho continua, sua família continua, seus amigos continuam... Enfim, c'est la vie!
A gente pensa demais e age de menos. Daí surgem nossas crises interiores. Acredito que o maior problema da convivência humana são os extremos. Verdades e mentiras absolutas. Azul é indiscutivelmente azul e, não há outro ponto de vista.
O que realmente quero dizer é que é relativa a importância que damos a coisas e pessoas. Somos tão inconstantes pra termos tantas certezas.
Como dizia Raul Seixas (meu primeiro amor! Risos!), "...Se hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor. Lhe tenho amor, lhe tenho horror! Lhe faço amor! Eu sou um ator!".
E por fim, aí está a essência de todas as minhas dúvidas: na inconstância.




quarta-feira, 13 de maio de 2015

(Des) Arrumando

Como toda boa mudança tem que ser, comecei com uma faxina. Incensos e disposição. Disposição forçada, diga-se de passagem. Meus olhos ainda estão tristes, mas as lágrimas servem mesmo pra limpar o pára-brisas da alma. 
Faxina sempre me cheirou a passado e saudade. Encontrei coisas lindas feitas por mim no meio dos meus livros empoeirados. Aí eu pensei: "Eu não posso ser tão ruim assim!" Então sentei no chão pra reler meus textos, cartas, rever minhas fotos... E foi gostoso me reencontrar. Li palavras de uma criança precoce, de uma adolescente cheia de sonhos, agora confrontando uma adulta frágil. Onde foi exatamente que eu me perdi? Foi nesse momento que aquela garota que eu amava ser, puxou minha orelha, me chamou pra perto e me fez rir com todas aquelas bobagens de menina. Percebi que está mais do que na hora de viver bobagens de mulher. E no meio de toda essa bagunça generalizada, eu encontrei um lugar pra colocar toda essa culpa e fragilidade que não me pertencem: lixo! Acompanhado com tudo mais que eu não queria.
Perceba que passarinhos só são bonitos mesmo voando livres. E não presos em uma gaiola, por mais confortável que ela seja. Mais bonito ainda é quando eles pousam só porque querem ficar. Porque é colorido o lugar.
Pois bem, eu sofro da "síndrome de passarinho". Quanto mais livre, mais sinto vontade de ficar. Mas quem me lembrou disso foi aquela garota de sorriso largo que no fundo ainda sou.