sábado, 23 de janeiro de 2016

Você sabe andar de bicicleta?

Me perguntaram recentemente o porquê de sufocarmos nossas vontades diariamente trancados em metros quadrados de concreto. Trabalho, casa, shoppings... Silenciei e acenei com a cabeça. Bem, eu realmente não sei dizer. Talvez tenhamos nos condicionado ao comodismo e medo de dar uma espiada pela fresta da janela. 
Foi aí que alguém muito especial me disse que o mais difícil é dar o primeiro passo. Depois é como andar de bicicleta: carece de equilíbrio. Mas espera. Eu nem sei andar de bicicleta! Ora, mas eu posso aprender. Todos podem. Assim como pode-se aprender a viver cada dia mais um pouco com as carícias e até as porradas que a vida dá. Se abrir pra vida é o espelho da liberdade. Percebe a simplicidade de ser livre? É só abrir os braços! É como andar de bicicleta! Pode isso?! Chega a ser engraçado e/ou ridículo. Mas faz sentido. Eu sei, eu bem sei como é complicado olhar pra vida com essa empáfia! Requer coragem. Eu mesma vivo a procura da minha. 
É fato que coisas ruins acontecem todos os dias, mas a gente precisa seguir. Mas a tendência do ser humano é complicar coisas simples. Quer? Faça! Não quer? Não faça! Somos muitos, mas com universos tão particulares. Tentando incansavelmente e inconscientemente anular-se por outras pessoas que, muitas vezes, estão fazendo o mesmo por outras pessoas e assim segue, como um círculo de improdutividade pessoal. Ainda tem aquelas pessoas, posso falar com propriedade, afinal sou uma delas, que se anula por medo. Mas tenho meditado um tanto considerável pra me convencer que os medos morrem de medo de mim também. O jeito é caminhar juntos, em equilíbrio. Eu, a coragem, o medo e mais umas centenas de sentimentos.
Acompanhe o meu raciocínio: quando você entra em cárcere por vontade própria e você mesmo põe as trancas e amarras, esquecendo-se de como sua mente e corpo podem fazer e produzir coisas incríveis, quem pode te soltar se você detém as chaves? Então eu volto a teoria do primeiro passo e concordo que seja o mais importante e o mais difícil. Depois é vento e paisagens. Nem sempre belas, mas ainda sim paisagens. Tudo depende da forma como você enxerga o mundo.