sábado, 9 de setembro de 2017

Utopia de Maysa II [+18]

Era sexta-feira entre as pernas de Maysa.

Eram sábados, domingos e feriados morando entre as suas pernas.

Lá fora a monotonia grita, mas não aqui. Aqui o silêncio é corrompido pela luxúria de Maysa. 

Aqui, sua carne farta, espremida pelas minhas mãos famintas, mais faminta fica.

Gosto de ver seus pêlos arrepiados respondendo a minha língua.

Maysa é contíguo de sensações, entregue aos seus próprios desejos.

Pra mim, reles mortal, resta atender os caprichos dessa deusa. 

Maysa é perversa nas suas mordidas.

Seus gemidos são música ambiente.

Sua pele entende perfeitamente o meu dialeto dedilhando seu corpo.

E enquanto sua boceta molha a ponta da minha língua que avança dentro dela, avançam seus gemidos cada vez mais altos. Sonoro júbilo.

Adentro o seu ventre, antes enfeitado pelas minhas lambidas, enquanto ela pede mais... Mais forte, mais fundo, mais dela, mais minha.

Não tenho dúvidas que Maysa guarda em si o céu e o inferno. Ela é paraíso em meio ao caos da minha rotina.

Observo o movimento dos seus quadris, seus olhos gulosos, sua boca entreaberta, seu riso sacana.

E quando seu orgasmo risonho penetra o silêncio da madrugada, mais forte a penetro pelo deleite de sentir seu gozo doce me envolver dentro dela.

Eu sou um romântico, não posso negar. Mais um entre tantos os que carregam suas marcas no peito. De unhas e dentes, vale ressaltar.

Meus ciúmes ficam da porta pra dentro do meu apê. Mais especificamente na bagunçada coleção de Poe onde rabisco minha obsessão muda por ela. 

Não posso reclamar. No agora ela é inteiramente minha. E eu dela. 

Enquanto ela sela o baseado com sua língua de fluídos de nós, cita mais um poeta por quem se apaixonara, já que também é poeta e a poesia lhe é apetecível:

"Tudo o que vemos ou parecemos, não passa de um sonho dentro de um sonho."

Acordei. Sozinho. O que me faz questionar se nossos encontros são deveras utopias.

Mas diante do espelho, estava eu, seguro de que ela esteve ali: seus arranhões comprovam minha sanidade ameaçada pela ansiedade em vê-la novamente. 

No cinzeiro, uma ponta. 

No celular, "desculpa ter ido embora tão cedo.".

Volto a monotonia que me afronta, à mercê dos caprichos da deusa.


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