domingo, 15 de setembro de 2019

O que a vida quer de você?

Pouquíssimas pessoas, independente de idade, sabem o que querem da vida. Tenho amigos de 50 que ainda não sabem, e não há nada de errado nisso. Opções incontáveis se apresentam para nós desde muito cedo. E o que escolhemos prematuramente, nem sempre é o que nos completa. Mas você já se perguntou o que a vida quer de você?
Desde que o mundo é mundo, vivemos em constantes ciclos de questionamentos onde, as possíveis respostas estão sempre cravadas nos extremos. Ou somos nada e não há significado para a nossa existência, seguindo pela filosofia niilista, ou somos tudo, os únicos seres de todo o universo com capacidade cognitiva, seguindo pela filosofia criacionista. E entre um questionamento e outro, uma resposta meia boca e outra, vamos vivendo. Misturados uns aos outros, seguindo uma ideia, uma tribo, ou uma verdade conveniente a determinado momento e, inevitavelmente, perdemos nosso bem mais valioso: tempo.
Estamos, quase sempre, presos a uma vontade desesperada de pertencimento. E nessa lida, nossa subjetividade se perde, perdendo-se também a possibilidade de saber realmente quem somos, individualmente. Se nos ocupamos tanto em seguir o bando e as trips das nossas bolhas, em que momento temos tempo para se conhecer e conhecer as nossas próprias visões, sem interferência externa?
É preciso estar atento e forte, sim. Sobretudo sobre o nosso tempo e como usufruímos dele.
A vida, independente dos seus planos, conquistas ou fracassos, é inconstância. Estamos em movimento e mudanças sempre. Contrariando nossa cultura de apego a tudo, todos e qualquer coisa, é preciso lembrar que, nada, absolutamente nada é para sempre. Tal como a própria vida não é estática. Insistir nessa dinâmica de apego é, inevitavelmente, um caminho para o sofrimento. Onde não há fluxo, não há vida. E se não há vida, não há nada além de morte. Seja ela física, filosófica ou ideológica. Precisamos aprender a deixar ir.
Nada é. Tudo está. Se as coisas não estão muito boas, a tendência é que melhorem. E se as coisas estão muito bem, a tendência é o declínio. Assim é o ciclo da vida com seus começos, meios, fins e este ciclo não acaba até que um sopro nos leve embora. Não girar junto com esta roda viva e permanecer estático na tentativa de se abster, já é uma escolha. Toda renúncia é uma escolha. E todo silêncio é uma resposta.
É reconfortante pensar que se as coisas não andam bem, logo passará. A tempestade se acalma no auge da sua destruição. Por isso, mais importante do que se abster ou se apegar as miudezas desta vida, é entender e absorver de uma vez por todas um dos maiores clichês da existência humana: tudo passa. E quando estiver tudo bem de novo, saboreie cada segundo, sem medo de ser hedonista. Aliás, sem medo de ser. Porque tudo o que a vida quer de você é coragem.




Nenhum comentário:

Postar um comentário