quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Tu te tornas responsável pelas relações tóxicas que cativas

Tu te tornas eternamente (ou até quando você quiser) responsável pelas relações tóxicas que cativas. Sinto dizer isso assim de cara. Precisei passar por tantas e bem peculiares para fixar esse mantra na minha vida.
Dentro dos nossos vínculos afetivos, atraímos o que acreditamos merecer, inconscientemente. Ninguém atrai algo/alguém que futuramente irá causar transtornos e assuntos maçantes na terapia de maneira proposital.
E de antemão aviso: esse texto não é sobre mocinho e bandido. Na vida real essa teoria não funciona. Afinal somos todos mocinhos, bandidos, figurantes, coadjuvantes, protagonistas, editores, dependendo de cada situação e/ou ângulo. Ninguém se caracteriza puramente por uma coisa só.
Das relações insatisfatórias (e essas independem da vertente), precisamos aprender a assumir nossa parcela de responsabilidade. Responsabilidade, não culpa. Cultivar em si a sensatez de reconhecer o momento em que chegamos à margem do tóxico.
Basicamente, relações são construídas pelo exercício do ceder. E ceder não é o mesmo que se anular. Essa confusão entre os significados das palavras também contribui para o ápice do ruir. Cada um cede o seu tanto, sem abrir mão da própria essência e principalmente, sem violar seus próprios limites.
É muito comum, por carência ou solidão, cedermos além da conta, acostumando o outro a permanecer em sua zona de conforto enquanto ficamos altamente desconfortáveis. O ceder precisa ser mútuo. 
E se a banda não toca nesse ritmo, o tempo passa, os impasses tornam-se constantes e maiores. E quando assistimos tudo ruir, ainda ficamos surpresos. Os sinais estavam ali o tempo todo e mesmo assim nos surpreendemos com os fins.
Tão somente humanidade com pitadas de tolice. Tolice que todos temos independente da idade. Isso é absolutamente natural. E até saudável.
Sentimo-nos tão feridos e decepcionados, sem sequer questionar a nossa contribuição para o fracasso. Esquecendo completamente que tal como somos humanos, os outros também são. Tão óbvio. Tão ignorado. Porque se eu sinto, o outro também sente e vice-versa. Empatia: falta. Julgamento prévio: sobra.
A parcela de responsabilidade a qual me refiro, trata-se basicamente de conhecer e estabelecer seus limites. Respeitá-los e não violá-los.  Se eu não respeitar os meus limites, ninguém mais respeitará.
Relação saudável é quando somos realistas um com o outro. Quando entendemos que cada um tem sua bagagem e suas próprias trips, resolvidas ou não.
Você não precisa "aceitar" o caminho do outro até você. Precisa aceitar seu próprio caminho, afinal é só isso que lhe diz respeito.
Não importa o tipo de relação estabelecida. O respeito precisa estar acima de qualquer coisa. Sobretudo o respeito por si mesmo. E consequentemente o respeito pelo outro. Entendi a parte boa disso tudo. E, claro, a ironia. Cruzar limites é diferente de viola-los. Entretanto, alguns limites estão sujeitos à negociação. Apenas alguns. Esse aprendizado permanece independente das relações futuras. Portanto, não tenha medo de encerrar capítulos. Não é só a sua saúde mental que agradece. Você por completo será gratidão.


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