terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Céu de Janeiro

Dia 3, ano nenenzin. A previsão diz que o dia lá fora tá ensolarado. Aqui nesse quarto, embora a visão do céu esteja à 5 passos de distância, tá escuro. E tô aqui imaginando o quão lindo o dia deve estar. E no quanto eu deveria sair e olhar pro mundo e deixar que ele me olhe de volta. Parece fácil, parece até tentador pra uma alma livre assim que nem eu. 
Acontece que eu tô pesada. E não é pelas guloseimas de fim de ano. Tô com uma carga de saudades que nem me deixa dormir. E eu tô tentando mesmo transformar isso em algo bonito, inspirador, na ausência mais poética dessa minha vidinha zen. 
Eu tenho o céu de Janeiro pra me despertar do caos e a esperança de um ano melhor guardada no peito. E tenho planos aos montes! Aulas de violão, reforçar o inglês, me jogar no french, conhecer aquele jazz, mochilar por 1 mês, e te beijamorder na tua sacada sob o céu de janeiro. 
Eu tenho o céu de janeiro. Os confetes de fevereiro e as águas de março. Eu ainda tenho nós, mas enquanto sós, eu só tenho saudade e a certeza da tua teimosia em não morrer logo de saudades também e ressuscitar bem no cantinho do meu riso frouxo.
É que eu só posso rir mesmo da vida ter me pregado essa peça, meu bem. Eu tava no meu sofá, na paz do cosmos quando você apareceu e bagunçou minha vida de roupas dobradinhas. Veio pra eu não te esquecer. Veio pra me lembrar de todos os clichês com uma leveza perspicaz. 
É, eu só posso sorrir. E sair. Afinal, eu ainda tenho o céu de janeiro e, devo admitir que me sinto assim, um bem maior à espera de risos mais bonitos que os de hoje.


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