quinta-feira, 12 de maio de 2016

Reflexão do meu reflexo

Experimentei só dessa vez não dormir durante a viagem. Fugi do caos externo, mas o caos que há aqui dentro não fugiu de mim nem por 1 segundo. Talvez eu só precisasse daquele leite com bolinhas que só minha mãe sabe fazer, um cobertor quentinho, chorar e abortar a dor que me invadiu as entranhas.
 Mas não. Não dessa vez. Apenas apreciei a paisagem. Assisti o sol surgir, se esconder entre as nuvens numa tentativa frustrada de não ser visto e as nuvens dançando lentamente em volta dele até ele se pôr. Seria muito bonito e até poético pensar que o sol sai para um descanso de nós, mas a realidade é que a gente é que se move dando oportunidade a outros de apreciá-lo. A verdade é que assim como enxergamos o sol, enxergamos a vida do ponto de vista mais confortável.
 Concordo que há momentos em que nós precisamos sair da nossa zona de conforto, nos movimentar mesmo que lentamente, assistir e participar da valsa da vida. Mas há também aqueles momentos em que é necessário apenas estar onde está. Viver o que for dado como aprendizado, parar e sentir.
 No fundo a gente sabe como se portar em determinados momentos da vida. O que falta é se escutar. Porque há um tanto de divino no humano e um tanto de humano no divino. Tem gente que chama de intuição. Eu prefiro chamar de resignação. Se submeter e entender a vontade do infinito em que vivemos e pouco sabemos. Desacelerar, naturalmente parar e apreciar tudo exatamente do ponto onde está.
 Eu parei. Observei ao meu redor. Doeu, mas sorri, porque sei que toda dor traz metamorfoses, o que particularmente muito me apetece.
 A gente pode aprender muito só no observar e silenciar. O movimentar dos céus diante da minha estagnação se expressou por mim.

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